//papel machê
Tinha medo de tudo quase, cinema, parque de diversão, de circo, ciganos, aquela gente encantada que chegava e seguia. Era disso que eu tinha medo, do que não ficava para sempre.
Antônio Bivar
Assistir às montagens dos circos que sempre se instalavam bem pertinho de casa em Caconde - SP, era um espetáculo que antecedia aos que seriam proporcionados pelos artistas nas apresentações, a beleza e a movimentação alucinante nos bastidores, o intenso bater de marretas em estacas, a vida dos artistas nos trailers, os tratos com os animais que à época ainda estavam lá, a estreita relação com toda a equipe circense que, no pouco tempo que ficava na cidade, tornava-se cliente da pequena mercearia do meu pai. Com clareza percebo que eu já valorizava o processo do fazer desde a infância. A lona subindo também tinha a sua plateia e coroava todo o trabalho feito até ali, ao mesmo tempo, dava start para as apresentações. Era encantado, e eu chorava quando deixavam a cidade. Já as memórias... As memórias nunca partiam! E é inspirada por estas memórias que o tema circo aparece no meu trabalho, junto a tantos outros que fazem parte da cultura popular vivenciada na minha infância e imbuída de subjetividade. Através da arte, permito-me não distanciar de onde nasci e cresci.
Eloisa Remedio
Fada Azul de Papel Machê
Palhaço Dedo de Moça de Papel Machê
Bailarina Tina de Papel Machê
Palhaço no Monociclo de Papel Machê