Oficinas de Arte

P o r t f o l i o
Tinha medo de tudo quase, cinema, parque de diversão, de circo, ciganos, aquela gente encantada que chegava e seguia. Era disso que eu tinha medo, do que não ficava para sempre.
Assistir às montagens dos circos que sempre se instalavam bem pertinho de casa, era um espetáculo que antecedia aos demais, a beleza dos bastidores, a vida dos artistas nos trailers, os tratos com os animais que à época ainda estavam lá, a estreita relação com os artistas que, no pouco tempo que ficavam na cidade, tornavam-se clientes da pequena mercearia do meu pai. A lona subindo coroava todo o trabalho feito até ali, ao mesmo tempo, dava start para as apresentações. Era encantado, nos fazia chorar quando deixavam a cidade. Já as memórias... Ah! Estas nunca partiram!
É inspirada por estas memórias que o tema circo aparece no meu trabalho, junto a tantos outros que fazem parte da cultura popular vivenciada na minha infância e imbuída de subjetividade. Através da arte, permito-me não distanciar da cidade de Caconde, interior de São Paulo, onde nasci e cresci.



